sábado, 24 de novembro de 2007

*Por que o namoro pela Internet está ficando tão comum?

Categoria: Homens x Mulheres
Por: Júlia Marques

De cada 04 internautas pelo mesmo 03, já se utilizaram de alguma forma os sites de namoro, seja para dar uma ‘espiadinha’ rápida , ou mais efetivamente como usuário cadastrado.

Homens e mulheres que apesar de viverem rodeados de pessoas o tempo todo nas grandes cidades se trancam na solidão de seus quartos para tentarem encontrar um namorado ou namorada pode parecer, em princípio, uma contradição óbvia, mas esse fato tem ocorrido com maior constância do que imaginamos nos dias atuais.

Com um número tão expressivo de usuários pode-se afirmar que entre estes não figuram apenas pessoas excluídas ou solitárias, mas muito pelo contrário em sua grande maioria universitários, jovens, homens e mulheres de meia idade que procuram no anonimato da rede mundial de computadores o seu par.

Uma questão intrigante vêm a tona, por que homens e mulheres que vivem em um ambiente onde a distância física é cada dia menor recorrem a um aparato eletrônico para se aproximar de pessoas que nunca viram antes, que sequer sabem se são verdadeiras ou representam apenas um personagem ilusória ?

A explicação para esta situação ambígua está muito além da praticidade inerente aos meios de comunicação modernos como é a Web e sua capacidade de aproximar pessoas dos quatro cantos do planeta, ela envolve outras questões como o ambiente
urbano, a carga excessiva de trabalho e outras atividades, o individualismo, a correria das grandes cidades, e sobretudo o isolamento no qual o ser humano dos dias atuais está submetido.

É indiscutível que a praticidade da Internet facilita em muito comunicação entre as pessoas, uma vez que não é necessário mais do que alguns toques no teclado para estar falando com alguém no Japão. Mas isso, por si só, não explicaria o números tão grande de pessoas que recorrem a Esta ferramenta para encontrar um relacionamento amoroso, por que outras atividades não tem um público tão grande de pessoas a utilizando, uma vez que essas facilidades tecnológicas também poderiam ser úteis?

Atividades que num passado não muito distante eram tidas como corriqueiras e não representavam risco passaram nos dias atuais a serem encaradas como complexas e não raramente nos expõe a algum risco. Sair de sua casa e se sentar no banco da praça como faziam nossos avós, talvez também os nossos pais, o faziam passou a ser algo de grande risco na maioria das cidades brasileiras. Diante dessa triste realidade nos tornamos prisioneiros em nossos lares, só saímos de nossas “fortalezas” para fazermos o estritamente necessário, como trabalhar, ir ao médico dentre outras, não usamos mais as cidades que vivemos para viver uma vida plena.

Se desconsiderássemos a questão da violência e nos sentássemos no banco da praça, quantas pessoas nos notariam ou pelo menos nos diriam um boa tarde ou boa noite? Provavelmente muito poucas ou nenhuma. Que chances de conhecer alguém interessante utilizando os mesmos procedimentos de nossas gerações passadas? Muito pequenas provavelmente.
Os hábitos e costumes mudaram drasticamente em poucas décadas, deixamos de achar interessante coisas que antes eram importantes, o que era essencial passou a ser desprezível, vivemos mais isolados e fechados em si, embora um tanto quanto mais perto e espremidos nos grandes centros. È como se tolerássemos as pessoas, embora preferíssemos que estivessem bem mais distantes de nós.

Na Internet é diferente é possível fantasiar ser quem-se deseja , superar pontos fracos. Se levamos um fora quem levou o não foi o personagem que eu represento, mas o sucesso é sempre do criador do personagem. A sociedade atual estabelece padrões muito rígidos tanto no aspecto físico como cultural. No mundo real as pessoas tem medo de não serem aceitas, um medo muito maior que no mundo virtual. No mundo virtual tudo é mais flexível e mutável, as pessoas podem ser do jeito que a sociedade os aceita.


Sabe-se que em geral um fator isoladamente não pode justificar a mudança de um comportamento humano, então seria prudente acreditar que a busca de um relacionamento on line está relacionada a uma complexa sucessão de fatores, que na sua maioria leva pessoas sedentas por uma aproximação mais íntima, a buscar o meio que ao mesmo tempo os aproxima e os mantém distantes naquilo que consideram mais vulnerável.

Em poucas linhas já podemos ter uma noção do grau de complexidade que envolve explicar mais esse comportamento tão comum nos nossos dias, mas o fato é que mais e mais pessoas de todas as classes sociais estão buscando alguém na Internet, seja um namorado ou namorada, um amigo, uma paquera, quem sabe alguém para um bom bate papo, para dividir a cama por uma noite ou por tantas outras, para se casar ou apenas um final de semana.


Bem ou mal é o nosso tempo, é o tempo das praças vazias e da Web congestionada. Dos relacionamentos possíveis ao nosso tempo, em que falta tempo para tudo, inclusive para amar, e eu que também não quero ficar só, já tratei de preencher o meu perfil, enumerar as minhas preferências, dizer que comida gosto, quantas vezes vou ao cinema e tudo mais. Quem sabe não pinta alguém interessante que preencha meus requisitos e tope um namoro de última hora, ou melhor, de última moda!


Boa sorte!

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